oficina

PROGRAMAÇÃO | JUNHO

Onde > Imperator, Méier, Rua Dias da Cruz, 170 – Sala de Exposições, 2º andar
Quando > Terças-feiras | 19h00 – 21h30

05/06 > Estudo: “O autor como produtor” de Walter Benjamin

12/06 > Lanternagem

19/06 > Leitura: “O útero é do tamanho de um punho” de Angélica Freitas

26/06 > Encontro de pesquisa corporal com Erom Cordeiro

PROGRAMAÇÃO | MAIO 2018

Onde > Imperator, Méier, Rua Dias da Cruz, 170 – Sala de Exposições, 2º andar
Quando > Terças-feiras | 19h00 – 21h30

01/05 > Dia do trabalhador: Roda de leitura poesia e trabalho

08/05 > Estudo: Um teto todo seu – Virgínia Woolf

15/05 > Lanternagem

22/05 > Poesia/Leitura: Rilke Shake – Angélica Freitas

29/05 > Oficina – Fred. Klumb

PEQUENA NOTA | Santo Eusébio ou O silêncio retumbante do sertanejo

por João Gabriel Madeira Pontes

É de chofre: o maranhense Josoaldo Lima Rêgo inaugura seu novo livro, Carcaça (7letras, 2016), com aquilo que pode ser interpretado como um grito de resistência. Estampadas no título do primeiro poema da coletânea, as palavras Jauára Ichê (“Sou um jaguar”), lema de uma cultura antropofágica perdida, deixam claro, logo de início, que a obra em tela não desfila por sendas mansas, ao contrário: segue por um caminho radical, muito distinto daquele percorrido pelos contemporâneos do autor. Nela, jaz um projeto estético selvagem, que rompe com a tendência ao prosaísmo, tão presente nos trabalhos dos poetas brasileiros da atualidade. (mais…)

OFICINA | Parque de versões

por Luiz Guilherme Barbosa

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Steeplechase Park por volta de 1957

Consta que Lydia Davis preparou um índice remissivo composto por uma única linha: “Cristã, não sou”. Também não pareceu ser este o caso dos poetas publicados aqui enquanto os seus poemas aconteciam subvertendo de uma só vez dois mandamentos do Decálogo: pois furtaram versos, e deram falso testemunho dos versos roubados nos poemas novos. Um dia o personagem de uma novela que líamos em sala de aula numa turma do ensino médio soltou um palavrão – Caralho! – mas a aluna que lia em voz alta para a turma corou, se recusou a ler, disse que era cristã. E então houve o que houve: o respeito à sua posição, e a crítica à relação com a linguagem – ela, como todos da turma, leu impresso no papel o palavrão, que soou silenciosamente nas cacholas de cada um e de todos, e assim ninguém deixou de ver, ler e escutar em si mesmos o esporro de um palavrão cuja voz foi roubada. Às vezes tudo se resume às possibilidades do alfabeto: com ele se produzem mandamentos, palavrões e poemas. Acontece que (mais…)

OFICINA | Entrevista com Júlia de Carvalho Hansen

por Luiz Guilherme Barbosa

LEITURAS

Não apenas os poemas de Júlia de Carvalho Hansen ensaiam a proximidade com aquilo que, à falta de palavra mais precisa, chamamos de natureza, mas, com Seiva veneno ou fruto, não tem jeito, a sua voz arrasta coisas grandes, lê-se assim: “Minha vida foi parar em outra galáxia / e escrevo para resgatá-la”, ou “Procuro no vento / a consciência das plantas”, ou “Criar raízes é o mesmo que fazer órbitas”. O tamanho pequeno das letras dos poemas na edição de capa azul, poemas sem título todos, editados pela Chão da Feira, sugere a dimensão da letra. A leitura, orbitando o poema a cada verso no vaivém do olhar sobre a página, termina por se deparar com um último poema que logo começa: “Da palavra sair / habitar outros mundos”. Parece que as letras na página são pequenas na medida em que, quanto mais pequenas, mais propulsoras para fora da palavra. Por isso parece que esses poemas de Seiva veneno ou fruto convocam.

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OFICINA | BEIJO GREGO, TRADUÇÃO PORTUGUÊS-PORTUGUÊS

por Rafael Zacca

Com a oficina “Beijo grego”, propus exercícios para a tradução de poemas do português para o português. A partir de uma tradução coletiva do poema de Manuel Bandeira (“A Realidade e a Imagem”), partimos para a tradução individual de um poema contemporâneo. Foram traduzidos poemas de Mariana Botelho, Leonardo Marona, Lucas Matos e de Augusto Meneghin.

Os resultados foram impressionantes. Cada transcriador (esse tradutor que assume a sua inventividade) privilegiou diferentes aspectos dos poemas para a sua tradução.

O poeta Guilherme Gonçalves, por exemplo, concentrou-se na imagem formada pelo poema de Mariana Botelho, para refazê-la a partir de apenas dois versos: a tradução se deu da linguagem prosaica para a língua curta da palavra-imagem. Já a poeta Grazielle Alves, optou por traduzir o mesmo poema de Botelho para a linguagem da noite.

Simone Vieira traduziu o sol carteiro infalível de Augusto Meneghin pela solidão incontornável de uma família vazia. E Heyk Pimenta optou por traduzir o poema de Leonardo Marona a partir de uma relação de isomorfia: manteve a forma, substituindo os significantes do amor e do cansaço pelas carnalidades da comida e pela intoxicação das fumaças.

Confiram essas soluções e algumas outras.

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