por Rafael Zacca
Com a oficina “Beijo grego”, propus exercícios para a tradução de poemas do português para o português. A partir de uma tradução coletiva do poema de Manuel Bandeira (“A Realidade e a Imagem”), partimos para a tradução individual de um poema contemporâneo. Foram traduzidos poemas de Mariana Botelho, Leonardo Marona, Lucas Matos e de Augusto Meneghin.
Os resultados foram impressionantes. Cada transcriador (esse tradutor que assume a sua inventividade) privilegiou diferentes aspectos dos poemas para a sua tradução.
O poeta Guilherme Gonçalves, por exemplo, concentrou-se na imagem formada pelo poema de Mariana Botelho, para refazê-la a partir de apenas dois versos: a tradução se deu da linguagem prosaica para a língua curta da palavra-imagem. Já a poeta Grazielle Alves, optou por traduzir o mesmo poema de Botelho para a linguagem da noite.
Simone Vieira traduziu o sol carteiro infalível de Augusto Meneghin pela solidão incontornável de uma família vazia. E Heyk Pimenta optou por traduzir o poema de Leonardo Marona a partir de uma relação de isomorfia: manteve a forma, substituindo os significantes do amor e do cansaço pelas carnalidades da comida e pela intoxicação das fumaças.
Confiram essas soluções e algumas outras.
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